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Programa completo do candidato Pedro Madeira Rodrigues

Pedro Madeira Rodrigues dividiu o seu programa eleitoral em oito áreas chave e cada uma delas teve oito pontos. Conheça todas promessas do candidato à presidência do Sporting.

Liderança e valores

1. Atrair para os órgãos sociais do clube sportinguistas com provas dadas de prática dos valores identitários do clube, nomeadamente com espírito ganhador, raça leonina, integridade, competência e capacidade de trabalho em equipa;
2. Fazer a defesa intransigente dos interesses do clube, respeitando os sócios e adeptos, os adversários, os restantes agentes desportivos e interlocutores e os compromissos assumidos;
3. Implementar uma comunicação transparente, que assuma o Sporting como foco principal, dentro do clube, dando a primazia a quem verdadeiramente a merece: os nossos sócios, atletas e equipas técnicas; 
4. Conciliar o Sporting e os sportinguistas, respeitando a pluralidade das suas sensibilidades;
5. Elaborar, colocar em prática e monitorizar um manual transversal identificador dos propósitos, perfis e comportamentos internos, garantindo estabilidade na identidade do clube criando um processo de formação interna e transversal na área comportamental;
6. Definir modelos organizacionais, com organogramas funcionais claros, que atribuam níveis de autonomia e responsabilização às lideranças, promovendo a cooperação e um verdadeiro trabalho em equipa;
7. Tornar obrigatória a declaração de rendimentos e património no início e no fim do mandato pelo Presidente do clube e da SAD; 
8. Fazer regressar ao clube a consciência do seu papel líder no contexto desportivo e social em que se insere, para que cumprindo os desígnios dos seus fundadores, volte a ser uma referencia em termos de conduta, promovendo activamente a transmissão dos valores e da história do clube.
 

Futebol e formação

1.Nova estrutura para o futebol, "aproveitando as melhores práticas mundiais"
2.Rigor nas contratações, "com base num departamento de prospecção que inclui metodologias que acrescentem maior certeza nas avaliações", ao mesmo tempo prevê a normalização "da relação com os agentes desportivos"
3.Contratos com forte "componente de objectivos", de forma a fomentar "a cultura de vitória e de exigência"
4.Limite de 23 jogadores no plantel principal
5.Equipa B como plataforma de transição
6.Redimensionar a prospecção na formação, aproveitando as Escolas Academia Sporting
7.Modelo de treino transversal aos escalões de formação, "de forma a dar identidade permanente ao futebol jovem do clube"
8.Impor a utilização do equipamento principal tradicional "e travar a banalização e excessiva secundarização do equipamento Stromp, com utilização apenas em ocasiões relevantes"
 
Património
 
1. Estudar a possibilidade de garantir um centro de estágio no Norte de Portugal que seja utilizado pelas nossas equipas;
2. Optimizar e remodelar as infra-estruturas da Academia de Alcochete, apetrechando-as com a tecnologia mais inovadora no apoio ao treino e com mais campos de futebol;
3. Reconverter as infra-estruturas do Multidesportivo, criando condições para aumentar o nível de conforto dos praticantes e seus familiares;
4. Realizar estudos de viabilidade para o encerramento do fosso do Estádio, de forma a permitir uma maior ligação entre adeptos e equipas;
5. Construir o Velódromo Joaquim Agostinho; 
6. Substituir as cadeiras do estádio que se desviem do padrão cromático do clube;
7. Construir o Clube Naval do Sporting na zona ribeirinha de Lisboa;
8. Protocolar com a Câmara Municipal de Lisboa a criação de um complexo social junto ao Estádio que contemple uma residência para antigos atletas, uma residência universitária e uma creche.
 
Marketing e comunicação
 
1. Estudar e explorar formas de aproveitamento do património edificado que contribuam para a sua rentabilização nomeadamente, cobertura, videosreens dentro e ao redor do Estádio, optimizando o aproveitamento das estruturas existentes;
2. Alargar a rede de Lojas Verde, aproveitando o cada vez maior potencial turístico do nosso país;
3. Garantir, cumprindo os estatutos, o naming do Estádio, Academia e Pavilhão;
4. Criar uma fan zone junto ao relvado que permita que associados sorteados possam ter acesso directo aos jogadores;
5. Distribuir gratuitamente o Jornal do clube por meio electrónico a todos os sócios com as quotas em dia;
6. Melhorar a SportingTv com a introdução de novos conteúdos e com transmissão em área reservada no site, na área de sócio dos directos relevantes;
7. Dinamizar a proximidade de sócios às figuras do clube, aproveitando o site e as plataformas de comunicação organizando, entre outros, live chats regulares;
8. Reforçar a internacionalização da marca Sporting, nomeadamente com a criação de novas Escolas Academia Sporting, com especial ênfase nos PALOPs.

 

Finanças

1. Recuperar no imediato a posse da Academia Sporting, na posse do Banco Comercial Português desde 2014, com o apoio de investidores que entrarão com um valor a rondar os 14 M €;
2. Garantir a detenção da maioria de capital da SAD, preparando a recompra de VMOC`s;
3. Promover a participação dos actuais investidores e a atracção de novos, estruturando e revendo a abordagem global ao mercado, restabelecendo relações de confiança e procurando novas parcerias;
4. Assumir inequivocamente a transparência na identificação dos investidores;
5. Optimizar a gestão de tesouraria que permita uma gestão eficiente dos activos e impeça a alienação destes para suprimento de faltas;
6. Regularizar e fortalecer a relação institucional com os parceiros bancários;
7. Reduzir os gastos com fornecimentos e serviços externos;
8. Garantir a apresentação regular das contas consolidadas do clube.
 
Sócios
 
1. Reintroduzir o provedor do sócio, em paralelo com o OLA, com funções definidas de ponte entre o sócio e os serviços, obedecendo a livro de regras e de respostas;
2. Propor a criação da figura do sócio-filho. Um agregado familiar com pelo menos dois sócios efectivos de escalão A poderá ver os seus descendentes directos isentos de quota até aos 14 anos;
3. Propor a criação da figura do sócio-núcleo, partilhando o valor da quotização com estes e tornando-os uma verdadeira delegação do clube numa óptica de descentralização com maior capacidade funcional, nomeadamente ao nível da bilhética;
4. Propor a criação da figura do sócio-claque, permitindo aos membros das claques um desconto na quotização até aos 21 anos;
5. Propor a criação da figura do sócio-internacional, permitindo uma maior ligação ao clube do número cada vez mais elevado de sportinguistas que vivem fora de Portugal;
6. Explorar a possibilidade de introdução do voto electrónico nos núcleos, salvaguardando a total fiabilidade dos sistemas;
7. Realizar com maior regularidade treinos abertos aos sócios da equipa principal de futebol em Alvalade;
8. Fundir a Fundação Sporting e a Leões de Portugal - Associação de Solidariedade Sportinguista para ganhar massa crítica e aumentar eficácia.
 
Modalidades
 
1. Tornar o Professor Mário Moniz Pereira o sócio perpétuo número 2;
2. Apostar na competitividade de todas as modalidades, com o máximo rigor e equilíbrio orçamental e a aposta na formação como prioridade;
3. Fazer a planificação geral, calendarização compatibilizada e conjunta das modalidades;
4. Estudar o regresso do basquetebol numa perspectiva sustentada, com o objectivo de competir no escalão mais elevado;
5. Desenvolver o conceito de Escolas Academia Sporting de modalidades;
6. Reforçar o projecto Olímpico do Sporting, com o objectivo de alargar o número de modalidades e atletas participantes nos próximos Jogos;
7. Desenvolver parcerias com Universidades de referência para reforçar o corpo de técnicos das modalidades;
8. Garantir a interligação entre os horários dos jogos das várias modalidades para voltarmos a ter dias "à Sporting".
 
Universo Desportivo
 
1. Garantir uma maior participação institucional activa do Sporting nos principais órgãos de decisão do desporto em Portugal;
2. Marcar a agenda do desportivismo em Portugal, defendendo sempre os interesses do Sporting, estabelecendo pontes em assuntos comuns, mas sem fazer alianças de qualquer espécie;
3. Promover a exposição e militância de sportinguistas mais influentes na nossa sociedade, através da partilha transparente de informação e permanente networking;
4. Promover a cultura sportinguista com o programa "Sporting nas escolas" liderado pela Fundação Sporting / Leões de Portugal, com a participação de embaixadores do nosso clube que visitarão escolas de todo o país (envolvendo núcleos, delegações e filiais) para passar o conhecimento do clube e dos valores de desportivismo;
5. Criar condições para a melhoria da competitividade do futebol Português, procurando propor alterações dos quadros fiscais em que os clubes e atletas se inserem, junto das entidades competentes e exercendo as influências legitimas para que as mesmas se tornem realidade. Propor alterações ao nível da fiscalidade para garantir condições mais equilibradas de atracção de jogadores em comparação com outros mercados. Propor melhorias ao nível de jogo: últimos 10 minutos com o relógio a parar;
6. Incentivar alterações ao nível da arbitragem em Portugal, nomeadamente a reintrodução do sorteio de árbitros;
7. Sensibilizar e defender junto das entidades responsáveis pela marcação dos horários dos jogos da equipa principal de futebol, que estes tenham em consideração os sócios e adeptos que vivam longe de Lisboa;
8. Dinamizar programas de apoio à colocação no mercado de trabalho de ex-desportistas.

 

Conheça todas as 111 ideias de Bruno de Carvalho

Estas medidas dizem respeito a oito áreas distintas: Sócios; Futebol e Academia; Modalidades; Comunicação; Marketing e Comercial; Núcleos; Expansão e Financeira e Administrativa.
 
Sócios:
 
1. A voz aos Sócios, manter e reforçar a política de dinamização e interacção com os Sócios. 
2. Serviço ao Sócio, melhorar a qualidade, a eficácia e eficiência em todos os canais de atendimento. 
3. Tratamento igualitário entre Sócios, manter a equidade de tratamento. 
4. Reforço dos privilégios de ser Sócio, manter a estratégia definida, nomeadamente em preços preferenciais nos bilhetes e na esmagadora maioria dos produtos de merchandising.
5. Desenvolvimento do CRM implementado para melhoria da interacção com os Sócios, acompanhamento e satisfação das suas necessidades. 
6. Call Center, melhoria e desenvolvimento do novo canal de atendimento implementado nas instalações do Clube. 
7. Centro de Atendimento, instalar um novo Centro no Pavilhão Rocha. 
8. Match-Day Sócios, melhoria de convite, acompanhamento e acesso ao Estádio. 
9. Sistemas de Pagamentos, melhoria dos sistemas de pagamento. 
10. Recuperação de Sócios antigos e captação de novos Sócios. Reforçar a aposta sobretudo nos Sócios jovens. 
11. Clube Jubas, dedicado a Sócios infanto-juvenis, com conteúdos específicos, merchandising próprios e iniciativas específicas. 
12. Responsabilidade Social. A Fundação Sporting é a sua parte mais visível e aquela que agrega de forma sistematizada e institucional esta vertente.
 
Futebol e Academia:
 
14. Manutenção do aproveitamento e Reforço do Gabinete de Scouting do Sporting Clube de Portugal. 
15. Manutenção do modelo de prospecção nacional e internacional envolvendo as academias Sporting, Núcleos, Delegações e Filiais. 
16. Continuar o estabelecimento de protocolos com clubes nacionais e internacionais que permitam a captação de jovens talentos. 
17. Reforçar a política de atracção de novos parceiros e patrocinadores. 
18. O Presidente do Sporting Clube de Portugal terá a liderança directa do Futebol e da Academia. 
19. À Administração caberá a implementação das políticas estratégicas do futebol, da definição da época desportiva com o apoio do treinador da equipa principal, da coordenação do trabalho entre a formação e a equipa principal, do estabelecimento dos protocolos de cooperação com outros clubes e entidades, e das contratações. 
20. A formação será a aposta base da política desportiva. 
21. Ao treinador da equipa principal caberá a responsabilidade de definir a sua equipa técnica, mas a Administração indicará sempre um elemento a integrar a equipa como treinador adjunto. 
22. Desenvolver o Gabinete de Alto Rendimento e Treino Específico. 
23. Departamento médico definido pela Administração.
24. A equipa B é uma aposta para manter no triénio assumido. No fim do triénio estudaremos a possibilidade de clubes satélites ou equipa B. 
25. Estabelecer parceria estratégica duradoira com um clube na zona norte do país de modo a reforçar a presença em tão importante área geográfica. 
26. Continuar a fomentar parcerias com clubes da I e II Liga para empréstimos. 
27. Manutenção da aposta no futebol feminino. 
28. Nos escalões de formação da Academia Sporting terão de continuar a existir, se possível reforçar, referências futebolísticas do Universo Sportinguista. 
29. Manutenção do Gabinete de Apoio aos Atletas e suas famílias. 
30. Reforço do Gabinete de Psicologia e Apoio escolar.
 
Modalidades:
 
31. Sustentabilidade, reforçar o apoio financeiro às modalidades, através da angariação de novos sponsors, mas, sobretudo, pelo acréscimo do número de associados. 
32. Promoção das modalidades, reforçar a visibilidade das actividades desportivas do Clube. 
33. Sinergias entre as modalidades, potenciando e estimulando a partilha de experiências e conhecimento entre os responsáveis pelas modalidades, corpo técnico e atletas. 
34. Centro de Atletismo de Alto Rendimento Professor Moniz Pereira, criar um centro de alto rendimento, em parceria com uma instituição de referência. 
35. Gabinete Sporting Olympics, encontrando-se plenamente em funcionamento, importa agora, consolidar e desenvolver este projecto.
36. Parcerias que permitam a criação de pólos descentralizados para o desenvolvimento de modalidades para-olímpicas. 
37. Gabinete Sporting Paralympics, consolidar e desenvolver os apoios que permitam uma adequada preparação com vista aos Jogos Para-olímpicos de Tóquio 2020.
38. Gabinete de Apoio Médico para as modalidades.
39. Patrocínios e Receitas das Modalidades. Gerar novas receitas, através do desenvolvimento de novos produtos e serviços. 
40. Férias Desportivas, desenvolvimento de iniciativas que promovam a cultura Sportinguista aliada à prática desportiva nas mais diversas modalidades. 
41. Casa das Modalidades, o Pavilhão João Rocha será, finalmente, a nossa casa das modalidades colectivas e individuais. 
42. Competitividade, os valores do nosso Clube têm que estar sempre presentes na mente dos nossos atletas.
43. Acompanhar e avaliar permanentemente as modalidades existentes. 
44. Novas modalidades, análise e avaliação da viabilidade de novos projectos desportivos, como por exemplo o voleibol. 
45. Fomento da Formação Desportiva em todas as modalidades do Clube. 
46. Incentivar a presença de público nas modalidades. 
47. Sportinguíadas, alargar esta iniciativa a outras modalidades. 
48. Open days, promover e reforçar estas iniciativas de forma mais abrangente alargando-as a outras modalidades.
49. Protocolos, alargar o número de protocolos existentes com o Sistema Universitário, Escolar e a rede de Autarquias. 
50. Núcleos e Delegações do Clube, manter e motivar estas estruturas capilares do nosso Clube. 
51. Órgãos Sociais, incentivar a presença dos diferentes membros dos Órgãos Sociais do Clube nos eventos. 
52. Fundação Sporting, reforçar a política de cooperação entre as modalidades e as iniciativas da Fundação.
 
Comunicação:
 
53. Manutenção do modelo de comunicação Sporting Clube de Portugal ‘a uma só voz’. 
54. Gestão e relacionamento ajustado a cada público-alvo, Sócios, Núcleos, Investidores, Patrocinadores, Órgãos de Comunicação Social e todos os Parceiros. 
55. Fortalecer a comunicação das modalidades. 
56. Sporting multimédia, gerir as plataformas de comunicação e o desenvolvimento de conteúdos, enquanto área estratégica fundamental, num conceito global multimédia.
57. Jornal ‘Sporting’, reforço da vertente digital, ao nível do site e de novas aplicações. 
58. Sporting TV, consolidar o nosso canal de televisão enquanto instrumento privilegiado de comunicação com os Sportinguistas e com os amantes do desporto, em geral. Reforçaremos as transmissões em directo, a exploração comercial e a área de conteúdos. Desenvolveremos novos programas e documentários, alargaremos a distribuição do canal e seus conteúdos, nomeadamente através de parcerias com companhias de aviação, voando assim a marca Sporting por todo Mundo. 
59. Sporting Rádio, dar continuidade aos estudos iniciados para criação de uma rádio oficial do Clube. 
60. Redes Sociais, dinamizar estas importantes plataformas que permitem comunicar à escala global. 
61. Site Sporting, desenvolvimento de novas funcionalidades, nomeadamente na área de Sócios e versões em outros idiomas. Dinamização da Loja On-line e desenvolvimento dos módulos Escolas Academia Sporting e Núcleos.
 
Marketing e Comercial:
 
62. Marca Sporting Clube de Portugal. Manter a política de expansão da marca. 
63. Reforço da área de licenciamento ao nível de produtos e serviços. 
64. Reforço das áreas Corporate. 
65. Orgulho Sportinguista, dinamização de acções que reforcem o sentido de pertença e o orgulho Sportinguista, com iniciativas específicas.
66. Reforço da oferta comercial de forma integrada e multi-plataformas. 
67. Reajustamento da política de comercialização do Estádio José de Alvalade e Pavilhão João Rocha, nomeadamente patrocínios, camarotes, entre outros. 
68. Estádio Inteligente, explorar soluções suportadas por este tipo de estruturas. 
69. Potenciação do valor da marca Sporting Clube de Portugal. 
70. Merchandising, manter a política expansionista ao nível da oferta da gama de produtos e da rede de distribuição. Explorar e dinamizar as novas Lojas Verdes. 
71. Manter as Gameboxes com um dos principais produtos de bilhética estudando formas contínuas de renovação, privilegiando sempre os Sócios. 
72. Dinamização da área de eventos, próprios e para terceiros. 
73. Tour Sporting, possibilidade de conhecer num pack integrado Estádio + Museu + Pavilhão João Rocha + Academia, com promoção especial junto dos operadores turísticos.
74. Concertos e grandes eventos em Alvalade. 
75. Naming do Estádio José de Alvalade, Multidesportivo, Academia e Pavilhão João Rocha. Venda dos direitos de naming a longo prazo do Estádio, Pavilhão, Academia e do novo Multidesportivo, cobertura do Estádio José Alvalade, salvaguardando as consultas necessárias aos Sócios. 
76. Jogos Santa Casa, estudar viabilidade de venda de jogos da Santa Casa.
 
Núcleos:
 
77. Presença em Eventos, garantir sempre que possível a presença nos eventos dos Núcleos e nos aniversários mais significativos. 
78. Reconversão de Sócios, continuar a promover junto dos Núcleos e de forma gradual, o processo de reconversão dos Sócios dos Núcleos em Sócios do Sporting. 
79. Apostar decisivamente na vertente comercial. Pretendemos aprofundar as parcerias com os nossos parceiros e promover junto destes as melhores condições comerciais para os Núcleos e seus associados. 
80. Expansão de Núcleos, priorizar a expansão dos Núcleos para as principais cidades europeias onde se encontram grandes comunidades portuguesas e Sportinguistas. 
81. Criar uma ferramenta de comunicação, uma newsletter semanal. 
82. Promoção na Sporting TV, com um novo programa dedicado aos Núcleos cuja temática seja a agenda dos mesmos e as iniciativas futuras. 
83. Bilhética, criar condições para instalar uma máquina de impressão de bilhética para facilitar as deslocações a Alvalade, se possível uma em cada distrito.
84. ‘Comboio Verde’, promover por esta via, sempre que possível, deslocações a Alvalade. 85. Promover ‘workshops’ sobre diversos temas do universo Sportinguista. 
86. Promover um torneio de e-Sports. 
87. Promover um torneio bi-anual de futsal de carácter nacional com uma fase final a ser disputada no Pavilhão João Rocha. 
88. Congresso dos Núcleos, a realizar a cada dois anos. 
89. Delegações, pretendemos promover uma alteração aos Estatutos do Sporting Clube de Portugal para ajustar o conceito de Delegação. 
90. Manutenção das políticas de proximidade com as Filiais do Sporting, em Portugal e no Mundo, e parcerias em função da vontade e disponibilidade destas. 
91. Núcleo do Ano manter a distinção anual dos Núcleos que mais se evidenciaram na promoção dos nossos ideais, através dos Prémios Honoris Sporting.
 
 
Expansão:
 
92. Alargar a rede Escolas Academias Sporting, privilegiando a expansão internacional. 
93. Reforçar a presença do Sporting através do projecto Escolas Academia Sporting e realização regular de “training camps” nos Estados Unidos da América; levar o projecto EAS à América Central e do Sul; reforçar as EAS nos PALOP e China. 
94. Parcerias no Futebol de Formação, celebrar protocolos de parceria, ao nível do desenvolvimento do futebol de formação, com clubes de referência da América do Sul e de África. 
95. The Future of Football, continuar com esta iniciativa de referência internacional. 
96. EAS Modalidades, criar a primeira Escola Academia Sporting das Modalidades fora de Portugal.
 
Financeira e Administrativa:
 
97. Manutenção do investimento nas diversas modalidades. Manter a captação de Sócios e consequentemente aumentar as receitas de quotização, que permita um maior investimento nas modalidades com o objectivo de aumentar os títulos nacionais e internacionais. 
98. Concretizar os aumentos de capitais próprios definidos no plano de reestruturação. 
99. Potenciar as operações que permitam a capacidade de exercício das opções de compra de VMOCs até meados do mandato seguinte, que conduzirão à manutenção do controlo da maioria do capital da Sporting SAD. 
100. Cumprimento geral das recomendações da CMVM e do Instituto Português de Corporate Governance para o governo das sociedades.
101. Manutenção do rigor e transparência financeira, com a contínua apresentação e divulgação das contas consolidadas do Universo Sporting, para além dos reportes trimestrais das contas da Sporting SAD e da divulgação das transacções de jogadores no Jornal Sporting e na CMVM em cada janela de mercado. 
102. Participação em grupos de trabalho criados no seio das Federações, Ligas ou Associações. 
103. Jogo online. Intervenções com vista à revisão do modelo entretanto implementado e que se tem mostrado não ter o impacto financeiro desejado e justo para os Clubes que participam nas diversas competições. 
104. Elaboração e publicação periódica de relatório de sustentabilidade do Sporting Clube de Portugal. 
105. Reforço do plano de aumento do património do Clube e rentabilização do mesmo, a nível nacional e internacional (incluindo Núcleos e Filiais). 
106. Reforço do plano de valorização global dos funcionários do Sporting. 
107. Implementação de plano de valorização de colaboradores dos maiores fornecedores e stakeholders do Sporting para formação e integração dos mesmos.
108. Reforço da estrutura. 
109. Início da entrada em funcionamento do sistema integrado de gestão financeira e de capital humano. 
110. Continuação da redução da estrutura empresarial do Grupo Sporting. Redução do número de entidades empresariais. 
111. Auditoria de Gestão. Manutenção do modelo de avaliação da gestão operacional e financeira.

 

OS PASSOS QUE LEVARAM NELSON ÉVORA AO SPORTING E OS MILHARES DE EUROS ENVOLVIDOS

Pormenores de todo o processo

A mudança de Nelson Évora do Benfica para o Sporting ainda vai dar muito que falar, com o clube da Luz a não abdicar da indemnização.
 
O processo passo a passo
 
Depois da lesão sofrida em 2012, Nelson évora renovou contrato com o Benfica, válido de 1 de Outubro de 2013 a 30 de setembro de 2016.
 
Nesse contrato é referido que a ligação poderá prolongar-se por mais uma época. esse interesse teria de ser manifestado pelo Benfica até 30 de setembro de 2016.
O Benfica enviou uma carta com aviso de receção a Nelson Évora a 30 de Agosto, dando conta do interesse na renovação do contrato.
 
O atleta não recebeu a carta e reuniu-se com o Benfica a 10 de Outubro. No dia seguinte o clube da luz enviou um mail com a proposta. 
 
Essa proposta propunha um contrato até 2020 com o aumento de 37.500 euros para 45 mil anuais . O atleta foi apresentado em Alvalade a 22 de Outubro.
Nelson Évora enviou um mail aos encarnados horas antes de ser apresentado no Sporting.
 
Posição encarnada
O Benfica não  abdica da indemnização em relação aos cinco atletas que foram para o Sporting, depois do clube da Luz ter exercido o direito de opção. Em causa estão Nelson Évora, Hélio Gomes, Tiago Aperta, Marcos Caldeira e Rasul Dabo.
 
"Independentemente do que for a posição da federação, o Benfica vai seguir com os processos para o Tribunal de Trabalho. Iremos até às últimas consequências", garantiu  fonte ligada ao clube da Luz.
 
Para os encarnados, a situação do campeão olímpico em 2008 atinge outros contornos por se tratar de um atleta que estava ligado ao clube há mais de uma década. "O Benfica assinou com o Nelson vários contratos ao longo da sua carreira e nunca houve problemas de relacionamento. Ele sempre falou connosco e agora alguém vem reclamar erros de vírgula e falta de contacto e entrega de propostas. Isso é ridículo, não faz sentido algum", continuou a mesma fonte.
 
Tanto quanto se conseguiu apurar, no início de Outubro começaram a chegar ao Benfica cartas de atletas pedindo a desvinculação ao clube. "Ao menos esses tiveram frontalidade. O Nelson só nos informou que não iria continuar no Benfica no mesmo dia em que foi apresentado em Alvalade, depois de ter havido uma reunião 12 dias antes. Felizmente há tribunais para julgar estes casos, mas não há tribunais para julgar a ingratidão", disse a mesma fonte.
 
Encerrado o período de transferências, a Federação Portuguesa de Atletismo já está a analisar a situação.
 
Leões e atleta tranquilos
 
Tanto o Sporting como Nelson Évora encaram a transferência do campeão olímpico em Pequim com tranquilidade. A contratação de Nelson só foi feita depois do Sporting ter obtido um parecer jurídico sobre a sua legalidade e o recordista nacional sempre afirmou que era "um atleta livre", atendendo a que a sua ligação ao Benfica expirou em 30 de Setembro.
 
"O Nelson Évora tinha opção de recusar essa renovação por parte do Benfica, isso é algo constitucional, não estamos preocupados, fizemos tudo de forma correta, não há nada a apontar", disse  Vicente Moura, dirigente dos leões.
 

 

Pavilhão João Rocha

O Pavilhão era o pulmão em falta ao Clube para respirar o ecletismo que nos vai no sangue, mas há mais uma surpresa: o Sporting voltará a ter um espaço a interligar as estruturas para recuperar o coração perdido no tempo.

O pavilhão terá uma capacidade total de 3.000 lugares, ficando como o maior a nível de clubes em termos nacionais. Cumpre nas suas dimensões os requisitos para todas as modalidades colectivas de pavilhão. A obra demorará 16 meses a ser erguida, e será inaugurada em Março de 2017.

A rotunda junto à parte do Estádio mais próxima do Multidesportivo terá um Monumento a evocar o Clube. O projecto está no segredo dos Deuses, mas tem por objectivo transmitir a grandeza da história do Sporting.

Quem seguir pelo passeio encontra o primeiro de três campos de futebol de 5, com o objectivo de complementarem o Polo EUL (algo discutido e acordado com o Presidente da Câmara, mas sujeito a aprovação formal pelos órgãos competentes) e logo a seguir o Pavilhão.

Uma das entradas darão acesso a mil metros quadrados, onde ficarão a Loja Verde e um Museu com enfoque nos títulos internacionais e numa concepção mais virada para as realidades virtuais.

O complexo obrigará à execução de novas infraestruturas, arranjos exteriores e arruamentos. 
Os restantes dois campos de futebol de 5 estarão colocados no prolongamento da rua Francisco Stromp, que vem do Estádio e passa pelo Pavilhão. Toda esta zona será alvo de uma profunda remodelação para conseguir adaptar o espaço existente às necessidades do projecto. 

Sporting e a República

O Sporting Clube de Portugal nasce quatro anos antes da queda da Monarquia. Do alto do palanque, chapéu de coco e olhar irascível, José de Alvalade grita de punho fechado e erguido lá no alto. «Vou ter com o meu avô e ele me dará dinheiro para fazer outro clube!» Aborrecido com o caminho escolhido pelo Campo Grande Football Club -(bailes, piqueniques e beberetes), o pioneiro leonino sai do clube e atrás de si seguem mais 17 dissidentes.
A aristocracia lisboeta aplaude o arrojo do jovem. O avô chama-se Alfredo Augusto das Neves Holtreman (Visconde de Alvalade), é um dos maiores entusiastas dos sonhos do neto e torna-se mesmo no primeiro presidente do Sporting. O primeiro campo e a primeira sede são inaugurados a 4 de Julho de 1907, no Sítio das Mouras, ao Lumiar.
 
Apesar de confessos simpatizantes do regime reinante, José de Alvalade e o avô jamais transportam a política para dentro do clube. Assim, em 1910, o Golpe de Estado não afunda o Sporting, como muitos temem. Os leões contornam as dificuldades e são, por essa altura, o mais profissional dos emblemas lusitanos.
 
A 10 de Março desse ano, a equipa de futebol realiza o primeiro jogo internacional: vitória perante os espanhóis do Huelva por 2-0.
 
Os irmão Stromp, Francisco e António, começam a ganhar influência na órbita do leão. Desportistas excelsos, tornam-se símbolos da qualidade exalada pelos primeiros conjuntos do Sporting.
 
Uma qualidade, ainda assim, insuficiente para a conquista do Campeonato de Lisboa. Objectivo maior nesses tempos. Ainda sob a égide da primeira direcção, o Sporting acaba somente em quinto na edição de 1909/10, com protestos e uma falta de comparência pelo meio.
 
A Implantação da República não afrouxa a vizinhança irritada entre Sporting e Benfica. Trocas de acusações, debandada de atletas, ameaças, tudo se torna normal num período em que o foot-ball é ainda um misto de ingenuidade, sonho e ilusão de amadores.
 
Já nos primeiros meses republicanos, o Sporting não comparece ao derby marcado para o Lumiar. A direcção do Visconde de Alvalade lança provocações ao Benfica e diz que o adversário não é digno de pisar as suas instalações.
 
A capital estremece perante a vertigem de uma guerra fria entre dois dos principais precursores do foot-ball.
 
José de Alvalade assume a presidência do Sporting precisamente no ano da revolução. Defensor do ecletismo, aplaude fervoroso as conquistas dos títulos de ténis, salto à vara, lançamento do peso e salto em comprimento. O jovem leão poreja saúde, ciente do caminho a seguir nos primórdios do século XX.
 
Do brasão de D. Fernando de Castelo Branco, o Pombeiro, aos dias de hoje, sempre o mesmo leão rampante como símbolo. Em Alvalade ecoa agora e sempre o repto lançado pelo Visconde de Alvalade, ainda quando a república não passa de um mero plano de alguns conspiradores.
 
«Queremos que este clube seja um grande clube, tão grande como os maiores da Europa!»
 

O making-sense de Jorge Jesus

 
O treinador do Sporting esteve em foco mais uma vez pelas suas palavras. Uns concordam, outros não. Uns dão-lhe o benefício da dúvida, outros nem tanto. Mas quem interessa saber o que pensam daquilo que Jorge Jesus diz é a sua equipa e os seus jogadores. E quando afirmo que interessa saber o que os jogadores entendem das palavras do seu líder, é porque está mais do que provado que as mensagens do seu treinador são das ações que têm mais impacto na motivação dos jogadores. E os treinadores sabem isso. Ou deveriam saber.
 
O que tem a ver com isto o termo making-sense? De tempos a tempos somos confrontados com estrangeirismos. Uns ficam outros nem tanto. Mas o que é isto? É um processo sobre a narrativa que criamos e que nos permite um espaço apropriado onde examinamos a identidade e permite coabitar com as ambiguidades e contradições existentes de quem lidera. Um processo que podemos observar nos treinadores, educadores, professores, etc. E permite ao autor da narrativa explicitar o seu ponto de vista sobre algo e reconhecer que ao contar a sua história sobre si ou outro, concede-lhe a vantagem de usar o seu filtro para condicionar positivamente com as informações temporais, culturais, históricas ou espaciais.   
 
O que isto tem a ver com Jorge Jesus ou com os treinadores? Os treinadores convivem muito num processo solitário. Para lá da equipa técnica e do perfil de líder de cada um, o treinador pensa e repensa muito na sua mente. Uma tentativa constante de criar através do seu estilo interpessoal uma especial influência no comportamento do atleta e essa relação baseia-se muito em tudo o que é comunicação.
 
Quase que podemos retirar daqui que é um processo consciente e intencional de criar um discurso e uma filosofia com a tentação de motivar e alinhar todos numa só direção. De que aquilo que cada treinador gostaria de dizer, que seja dito de modo a criar um efeito positivo nos seus jogadores. E o making-sense de Jorge Jesus? Nós não privamos nos espaços fechados entre JJ e a sua equipa. Por isso analisamos aquilo que nos é possível receber. A comunicação de JJ nas conferências, pré e pós-jogos e durante os jogos! E o que vemos?
 
Que Jesus é dos poucos treinadores que ainda mantém uma vertente genuína tão grande que nos faz parecer que o making-sense de JJ é quase nulo. E que isso nos permite, quando ouvimos JJ, pensar que de facto o treinador português considera que tem uma crença enorme que aquilo que pensa não deve sofrer qualquer filtro perante o discurso para dentro e para fora.
 
O que fez com que JJ viesse posteriormente dizer que afinal as suas palavras eram outras e com outro significado é uma novidade. E é este fenómeno do treinador do Sporting vir pegar nas suas palavras que é bastante interessante, pois significa que JJ – ou outro responsável – percebeu que as palavras poderiam ter um impacto negativo nos seus jogadores. E todos nós sabemos que o treinador deve incutir na sua comunicação e ação uma coerência e uma eficiência fundamental. Daí a importância do mesmo preparar-se, criar uma identidade ou uma marca, saber transferir, criar e treinar a sua narrativa para que a mesma ajude a atingir os seus objetivos. 
 
E só tempo dirá se Jorge Jesus irá manter-se fiel às suas crenças ou não. 
 
Por:
Rui Lança

 

St. Pauli... Um clube onde o maior sucesso não é o desportivo.

Se houvesse um prémio para distinguir o clube mais icónico e ilustre, no mundo do futebol, o Fußball-Club St. Pauli von 1910 e.V. seria um forte candidato a levar o título de grande vencedor nessa categoria. Geralmente conhecido apenas por FC St. Pauli, é um clube alemão sediado na cidade de Hamburgo e tido como uma das maiores subculturas da Europa. Além do departamento de futebol, o clube possui uma vasta gama de desportos que vão desde o rugby, ao futebol americano, basebol, bowling, boxe, xadrez, ciclismo, andebol, softball e ténis de mesa. Actualmente o clube disputa a Bundesliga 2, correspondente ao segundo escalão do futebol alemão, sendo que a última vez que disputou a Bundesliga foi em 2010/2011, tendo sido despromovido nessa mesma época. 
As origens do clube remontam a 1899, quando informalmente e de forma casual, se juntava um grupo de amigos para elaborar jogos de futebol ou para se reunirem nas sedes que o clube ainda por formar já tinha.  Contrariamente aos outros clubes todos, o St. Pauli já era um clube antes de ser oficialmente fundado.  Essa oficialização ocorreu a 15 de Maio de 1910, ainda que só em 1924 o St. Pauli tenha obtido a sua designação actual. Aquando da reorganização do futebol alemão, sob o domínio de Adolf Hitler, o St. Pauli ficou integrado na «Gauliga Nordmark», uma das 16 principais divisões do futebol to terceiro Reich, que era dividido por regiões. No ano de estreia desse novo modelo, 1934, o St. Pauli foi despromovido, mas um ano depois estava de volta. Voltou a descer em 1940, tendo subido novamente em 1942. Disputou a principal divisão do futebol alemão de então até ao final da 2ª Guerra Mundial, em 1945, que decretou enormes consequências para a Alemanha e, por arrastamento, para o futebol alemão.  
 
Com nova reformulação do futebol alemão, de 16 campeonatos principais passaram para 6. O St. Pauli ficou no campeonato das equipas do norte do país.  Nessa altura, os dois melhores clubes de cada campeonato regional disputavam uma fase final, para definir qual a melhor equipa do país todo. O St. Pauli, em 1948, após ter ficado em segundo lugar, fez a sua primeira aparição na fase final. Nessa época, cairiam nas meias-finais diante do poderoso FC Nurnberg, que se sagraria campeão.  Neste campeonato regional nortenho, o St. Pauli começou a desenvolver uma feroz rivalidade com o outro clube da cidade, o Hamburger SV.  Contudo, outros clubes se começaram a superiorizar ao St. Pauli como o Werder Bremen e o Osnabruck, deixando sistematicamente o St. Pauli no quarto lugar do campeonato regional do Norte.
 
Em 1963 a Alemanha assiste ao nascimento de uma das melhores coisas que aconteceriam ao seu futebol: a Bundesliga. Este campeonato reunia as melhores equipas da Alemanha Ocidental (nessa altura ainda existia a divisão do país, fruto do pós-guerra), terminando assim de vez com os campeonatos regionais, que apenas se manteriam nos escalões inferiores.  Do Norte, a Bundesliga acolheu na sua primeira edição o Hamburgo, o Werder Bremen e o Eintracht Braunschweig, por terem sido os três primeiros classificados da Oberliga Nord de 1962. O St. Pauli começaria por disputar o campeonato regional do norte.
Talvez afectado por ver os seus rivais na novíssima competição que unia o país,  o St. Pauli viveu uma década de grande frustração.  Apesar de se ter sagrado campeão regional em 1964, 1966, 1972 e 1973 e de ter sido segundo classificado em 1971 e 1974, o clube cairia sempre no play-off disputado com os outros dois primeiros classificados de cada campeonato regional. O máximo que conseguiu foi em 1966, quando atingiu as meias-finais e foi derrotado pelo Rot-Weiss Essen.
 
Com a Bundesliga a granjear grande sucesso, o futebol na Alemanha Ocidental começou a crescer e a profissionalizar-se. Com isso nasceu a Bundesliga 2, que acabaria com os campeonatos regionais como segundo escalão do futebol alemão. O St. Pauli esteve presente na primeira edição deste novíssimo campeonato, em 1974.  Após 14 anos de espera, em 1977, o St. Pauli consegue a promoção à Bundesliga. No entanto, apenas por lá andou uma época e voltou à Bundesliga 2, mas também por pouco tempo. Mergulhado numa crise económica sem precedentes, em 1979, o clube entra em bancarrota e é impedido de participar nas competições profissionais.  O St. Pauli sagrou-se campeão distrital em 1981 e 1983, mas como ainda não possuía uma saúde financeira capaz de obter uma licença, permaneceu no terceiro escalão, de onde apenas saiu em 1984.  À terceira tentativa, o St. Pauli conseguiu obter a licença para competir na Bundesliga 2. Curiosamente, nesse ano o clube não se sagrou campeão. Ficou dois pontos atrás da equipa amadora do Werder Bremen, que como era ilegível para disputar a Bundesliga 2 (à imagem do que sucede hoje em dia) cedeu o seu lugar ao St. Pauli.
Na época de 2005-2006, apesar de estar na Regionalliga Nord, o terceiro escalão,  o St. Pauli teve um desempenho fantástico na Taça da Alemanha. Depois de eliminar o modesto Burghausen na Primeira Eliminatória e o Bochum, da Bundesliga 2, na Segunda Eliminatória, o St. Pauli agigantou-se perante o Herta Berlin e o Werder Bremen, clubes da Bundesliga e chegou às meias-finais da competição.  Só aí pereceria perante o Bayern Munchen. Este desempenho permitiu ao St. Pauli encaixar perto de um milhão de euros em transmissões televisivas e em contratos publicitários que salvaram o clube da ruína financeira que voltara a ameaçar a existência do St. Pauli. Em 2007 o clube voltava à Bundesliga 2, sendo que voltaria ao principal escalão em 2010. Nessa época, tal como em 2001, o St. Pauli terminou no último lugar mas conseguiu um facto histórico e que muito alegrou os seus adeptos:  pela primeira vez desde 1977, o clube derrotou o Hamburger SV, o seu grande rival, em casa, por 1-0. Apesar da tristeza causada por nova despromoção, esta vitória foi tremendamente festejada.
 
Com uma trajectória cheia de altos e baixos mas com mais baixos que altos, não seria estranho se o St. Pauli tivesse uma pequena falange de apoio, fiel e da região. Mas não é bem assim.  Estima-se que só na Alemanha existam 11 milhões de simpatizantes do St. Pauli.  A explicação deve-se a fenómenos extra-desportivos e que ultrapassam as fronteiras do futebol.  
 
Foi em meados da década de 80 que o St. Pauli começou a ser um clube de culto. Um dos principais motivos foi o facto do clube mudar a localização do seu estádio e da sua sede para perto das docas da cidade de Hamburgo, nomeadamente para uma zona chamada Reeperbahn, famosa pela sua vida social e nocturna agitada, assim como um  «red light district» à imagem do existente em Amesterdão. O St. Pauli, tradicionalmente, vivia na sombra do rival da cidade, o Hamburger SV. Mas a partir desta década,  os sindicalistas, os anarquistas, os estudantes, os punks e até mesmo as prostitutas começaram a assistir aos jogos caseiros do clube e a formar uma moldura humana respeitável,  promovendo um ambiente festivo e barulhento nos jogos do St. Pauli, em casa ou fora.  
 
À medida que estes adeptos se foram organizando, adoptaram a caveira como o seu emblema não oficial.  A utilização do símbolo da caveira não é apenas uma fixação e um capricho do St. Pauli. A cidade de Hamburgo está associada a uma grande concentração de barcos piratas ao longo da Idade Média. Esse símbolo também é fortemente conotado com bandas Punk, sendo que os adeptos do St. Pauli começaram também a ser associados com o movimento Punk na Alemanha.  O St. Pauli é mesmo conhecido como  «Os Piratas»  e muito do merchandising do clube utiliza esse símbolo, apesar de não ser o símbolo do clube.  Um dos slogans do clube é também o «não fundado desde 1910», visto o clube existir antes de ser fundado.
O clube começou a crescer em apoio popular e enquanto o resto da Europa mergulhava numa espiral de racismo e violência,  o St. Pauli lançou várias campanhas anti-racismo e anti-homofobia, sendo o pioneiro desse tipo de actos.   Os adeptos do St. Pauli foram os primeiros na Europa a lutarem por um futebol sem intromissões políticas e religiosas, começando a ser associados a ideais políticos de esquerda e a participarem activamente em manifestações.
 
O St. Pauli foi também o primeiro clube em toda a Alemanha a banir quaisquer actividades ou símbolos nacionalistas e de extrema-direita, sendo um dos princípios do clube.  Esta tomada de decisão do clube surgiu em contra-ciclo com o que acontecia no futebol europeu e alemão, em que os grupos organizados que eram fundados, quer os Ultras, quer os Hooligans, se aproximavam mais dos ideais de direita. Certo é que foi uma atitude que teve uma tremenda aceitação: enquanto no início da década de 80 os jogos do St. Pauli tinham uma assistência média de 1500 espectadores, no início da década de 90, difícil era encontrar um jogo em casa do clube que não tivesse a lotação de 20 000 lugares totalmente esgotada.
Apesar da grande adesão popular, desportivamente o clube não entusiasmava. Entre 1984 e 1997, o St. Pauli apenas esteve na Bundesliga por 5 ocasiões, tendo passado maior parte do tempo na Bundesliga 2. Na época de 2001/2002, a penúltima em que o clube esteve na principal divisão do futebol alemão,  o St. Pauli bateu o super-poderoso Bayern Munchen, campeão europeu e mundial de clubes. Para aproveitar o momento, o St. Pauli desenhou toda uma linha de material com a inscrição Weltpokalsiegerbesieger (traduzido ficaria algo como «Vencemos o Campeão do Mundo»). Porém, esta vitória, como as outras, apenas valeu 3 pontos ao St. Pauli e o clube não seria mais que último classificado, sendo novamente despromovido.  Apesar do sucesso que granjeava junto dos seus adeptos, administrativamente o St. Pauli nunca foi um grande exemplo: após a ameaça de bancarrota da década de 80, a subida à Bundesliga em 2001, fez com que o clube depauperasse os seus cofres entretanto recheados com os contratos de publicidade e de transmissões televisivas que a Bundesliga proporcionava. 
 
A descida, um ano após ter conseguido a subida, fez com que o clube mergulhasse num caos financeiro e administrativo, situação que ficou ainda pior com a descida ao terceiro escalão no ano seguinte.  Em 2003, e mergulhado na Regionalliga Nord, o clube lança uma campanha denominada de Retteraktion. Esta consistiu no desenho de t-shirts e sweaters com a palavra  Retter (salvador). Como sempre,  a adesão foi enorme e estima-se que nas primeiras seis semanas o clube tenha conseguido vender cerca de 140 mil exemplares para todo o Mundo. Um jogo amigável com o Bayern Munchen também ajudou a recolher fundos fundamentais para o clube, mostrando como os bávaros não levaram a mal a campanha que o St. Pauli criara 2 anos antes.  Tendo sido altamente beneficiado por estas campanhas, o clube decidiu retribuir, iniciando campanhas para distribuir água pura no Ruanda e para recolher dinheiro que permitisse a instalação de água canalizada em áreas mais pobres de Cuba.
 
Em termos de adeptos,  o St. Pauli também se orgulha de ser o clube com mais mulheres sócias e no estádio de todo o futebol alemão.  Por exemplo, em 2002, um anúncio de uma revista masculina foi removido do estádio pelo facto de ter gerado vários protestos de que expunha uma visão sexista e rebaixadora do papel da mulher.  O St. Pauli é um clube conhecido mundialmente pelo seu símbolo e pela sua relação estreita com a música punk e como sendo uma das maiores subculturas do mundo ocidental.  Os seus símbolos (quer o oficial, quer o não oficial) e as suas camisolas são sistematicamente envergadas por vários artistas musicais ou por diversas personalidades, que mostram simpatia pelos ideais perpetrados pelo clube e pelos seus adeptos.  Uma curiosidade em torno do St. Pauli é que foi o anfitrião da FIFI Wild Cup, em 2006. Essa competição não oficial agrega equipas não reconhecidas internacionalmente e que ainda lutam pela sua soberania. O St. Pauli acolheu a competição e participou com o nome de  «República de St. Pauli», juntamente com o Tibete, Zanzibar e Greenland. 
 
Por tudo isto não é surpreendente que o St. Pauli seja o clube da Bundesliga 2 com maior média de assistência e maior taxa de ocupação do estádio nos seus jogos em casa, superando largamente a maior parte das outras equipas do mesmo escalão.  Em termos de apoio popular na Bundesliga 2, o grande rival do St. Pauli é o Dynamo Dresden, no entanto o St. Pauli tem um maior número de lugares anuais vendidos e estima-se que tenha cerca de 11 milhões de adeptos em toda a Alemanha, mesmo que o seu sucesso desportivo esteja longe dos gigantes do país. Basta dizer que o número de clubes oficiais, casas e núcleos do clube superava os 500 em 2011, quando em 2008 existiam «apenas» 206. 
O St. Pauli tem uma constituição própria, desenvolvida autonomamente e que dita a forma como o clube é gerido.  Esses princípios giram à volta do facto do clube ser uma entidade de responsabilidade social, que trabalha para a sociedade e não necessariamente apenas para o desporto; afirma a valorização da identidade da região em que está inserido, respeitando a diversidade étnica, social e sexual, promovendo a tolerância e o respeito mútuo. Tal como diz esta constituição, o St. Pauli deve ser um clube mais conhecido pelos seus símbolos, pelos seus ideais e pela sua acção social que por qualquer desempenho ou sucesso desportivo.  Para se perceber bem a dimensão social do St. Pauli, basta dizer que o clube, a disputar a Bundesliga 2, consegue, por ano, venda cerca de 8 milhões de euros em merchandising oficial do clube, para todos os pontos do planeta.
 
Um clube tão convicto nos seus ideais e princípios gera muita animosidade mas também muitas simpatias e amizades.  Os seus adeptos, nomeadamente os seus ultras, têm uma forte amizade com os adeptos do Celtic de Glasgow.  O St. Pauli conta com um grande apoio popular, granjeando simpatizantes em todo o Mundo pela propagação de ideais que até já colocou na constituição oficial do clube como os de anti-racismo, anti-homofobia, anti-sexismo e, essencialmente, o anti-fascismo.  Estes ideais extremos fazem com que, muitas vezes, antes e depois dos jogos do St. Pauli com outras equipas com grupos ligados à extrema-direita, existam confrontos violentíssimos, principalmente nos jogos que o St. Pauli joga fora de casa.  Apesar disto, os Ultrá Sankt Pauli desenvolveram relações de amizade com os grupos do Ternana (Itália), Hapoel Tel Aviv (Israel), Bohemians 1905 (República Checa) e Bristol Rovers (Inglaterra), que também utilizam o mesmo símbolo pirata. A maior amizade em terras alemãs foi desenvolvida com um dos grupos que apoia e segue o Bayern Munchen, os Schickeria München, que muitas vezes acompanham os ultras do St. Pauli nas deslocações mais perigosas e difíceis.  
 
A amizade do St. Pauli com o Celtic de Glasgow é uma das mais intensas do futebol europeu. Originária da década de 90, ainda se mantém nos dias de hoje. Todos os anos, os dois grupos de adeptos reúnem-se em Hamburgo, onde é organizado um jantar e uma festa para o convívio de alemães e escoceses. Nestas reuniões não se discutem princípios políticos, religiosos ou étnicos mas apenas se convive.  Em Novembro de 2009, o Celtic deslocou-se a Hamburgo para jogar contra o rival do St. Pauli, o Hamburger SV, num jogo da Liga Europa. Na Alemanha, no seu sector, contou com um forte contingente de apoio ao Celtic de um grupo de adeptos do St. Pauli. A atmosfera criada durante o jogo foi a de um derby local entre o Hamburger e o St. Pauli, mas num jogo de cariz europeu, diante do Celtic. A amizade foi de tal forma cimentada nessa noite que vários adeptos do Celtic permaneceram em Hamburgo e, três dias depois, assistiram ao encontro do St. Pauli contra o Fortuna Dusseldorf. Posteriormente, em 2010, o Celtic e o St. Pauli agendaram um encontro amigável entre os dois clubes. Horas antes desse jogo, haveria também um jogo entre a claque do Celtic e a claque do St. Pauli, mas nenhum dos dois jogos se realizou devido ao cancelamento de voos em massa pela erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull.

MILLERNTOR STADION

O que aproximou o St. Pauli do Celtic foi o facto de ao contrário do Celtic, o clube mais titulado da Escócia e que também já conquistou provas europeias, o St. Pauli não ter grandes sucessos futebolísticos mas, mesmo assim, possuir das massas adeptas mais fiéis e entusiasmantes do mundo do futebol. Apesar dessa diferença, ambos os grupos de adeptos mostram mais orgulho nos princípios e ideais dos seus clubes que no seu sucesso desportivo, apoiando incessantemente os seus jogadores e pedindo-lhes atitude e garra e não vitórias inquestionáveis.  Uma derrota em que os seus jogadores deixassem a pele em campo granjearia mais aplausos dos adeptos que uma vitória fácil e expressiva, em que o mínimo esforço fosse despendido. Esta atitude aproximou o Celtic e o St. Pauli. Outro princípio que aproximou os clubes e os seus adeptos foi o facto de ambos sofrerem ataques a qualquer lado onde viajassem pelos ideais e princípios que defendiam. Não é notícia que os jogos do St. Pauli fora acabem com confrontos e emboscadas dos grupos adversários, o mesmo sucedendo com o Celtic, principalmente quando joga no estrangeiro.
 
Por tudo isto, o St. Pauli é um clube único no Mundo. Para se perceber bem o clube vamos terminar esta reflexão com mais uma curiosidade:  o futebol alemão é um dos poucos no Mundo que dá poder aos seus associados através da lei «50+1». Esta decreta que apenas um máximo de 49% do clube pode estar nas mãos de privados e investidores estrangeiros, sendo que os sócios têm um mínimo de 51% do clube, de modo a que os clubes nunca percam a sua dimensão popular.  Em 2009, o St. Pauli assinou um decreto em que, contrariamente ao que estava a ocorrer em massa na Bundesliga, nunca mudaria o nome do seu estádio por motivos comerciais.  Apesar das enormes perdas económicas decorrentes dessa tomada de posição, ao St. Pauli interessou mais manter a sua identidade e o nome do seu estádio. Curioso foi o facto desta tomada de decisão ocorrer poucos dias depois do grande rival da cidade ter vendido os  «naming rights» do seu estádio. Muitos dirigentes do St. Pauli criticam a política do rival Hamburgo, que é considerado como «uma loja para os tubarões europeus, que todos os anos perde a sua identidade». O St. Pauli tem um projecto desportivo que passa por investir em jovens alemães, que se identifiquem com o clube e os seus adeptos, para que os adeptos também se identifiquem com a equipa que apoiam. 
Esta é a filosofia do St. Pauli. Muitos manifestar-se-ão a favor, outros dirão que à custa dela o clube passa maior parte do tempo na Bundesliga 2 e termina sempre nos lugares de despromoção de cada vez que disputa a Bundesliga. Outros admirarão o St. Pauli mas preferem que o seu clube continue a atingir o sucesso desportivo em vez do sucesso nos princípios e na identidade. Numa altura em que parece que o futebol se transformou numa indústria de milhões, em que os resultados estão acima das pessoas e de quaisquer valores, o St. Pauli é um exemplo.  Um exemplo talvez um pouco radical e extremo, mas um exemplo de como as raízes, os princípios e as origens ainda são algo pelo qual vale a pena lutar e manter.

Liga, Federação e Sporting unidos num desígnio.

Sim ao vídeo árbitro

Terminou esta quinta-feira em Alvalade o congresso The Future of Football, organizado pelo Sporting, com um tema a motivar mais conversas do que os outros: o vídeo árbitro.

A introdução da tecnologia uniu Federação, Liga de Clubes e Sporting, num congresso que terminou em grande, com os discursos de Fernando Gomes (presidente da Federação), Pedro Proença (presidente da Liga) e Angel Villar (vice-presidente da FIFA).

«A Federação Portuguesa de Futebol pertence ao grupo de nove federações que vão testar nas próximas décadas o vídeo árbitro, o que pode levar a que no Mundial 2018 esta tecnologia já possa ser utilizada», referiu por exemplo Fernando Gomes.

«Não esperamos que os erros sejam todos evitados, mas que sejam atenuados. Saber implementar esta e outras ferramentas sem prejudicar a dinâmica do jogo é o desafio.»

Fernando Gomes lembrou de resto que a chegada de Gianni Infantino à presidência da FIFA promete ser um forte impulso na aplicação de novas tecnologias na arbitragem, lembrando que o suíço é um forte apoiante da modernização do setor.

«O futuro não se espera, escreve-se», adiantou o presidente da Federação, numa ideia que foi reiterada por Pedro Proença.

«Quer a Liga quer a Federação estão em sintonia sobre o caminho que deve ser percorrido, mas este é um tema que responde a normas internacionais e nessas não podemos mexer. Estamos na vanguarda de todos e quaisquer testes que o International Board, e a FIFA também, queriam fazer nesse quadro», disse o presidente da Liga.

«A final da Taça da Liga deste ano vai aparecer com uma roupagem completamente diferente no conceito tecnológico, vamos ter o goal-line technology e vamos ter várias ferramentas que estão na vanguarda da defesa da verdade desportiva.»

O Sporting, por fim, há muito defende o vídeo árbitro no futebol: desde a chegada de Bruno de Carvalho à presidência que o clube leonino tem encabeçado esta luta, aliás.

Por isso a sintonia que vai havendo sobre a necessidade de aplicar as novas tecnologias na defesa da arbitragem só podia deixar o presidente leonino satisfeito.

«Sou um defensor do vídeo árbitro há três anos», sublinhou Bruno de Carvalho.

«Foi muito bom ouvir a experiência holandesa de cinco anos de testes com o vídeo árbitro. Portugal vai ser uma das nove ligas que vão iniciar os testes e esperamos que esse seja um passo para o melhoramento que todos desejamos na arbitragem.»

Terminou assim mais um congresso organizado pelo Sporting, o segundo, aliás, que ao longo de dois dias discutiu a modernização do jogo sob os prismas da arbitragem, de novas fontes de financiamento, dos mercados emergentes e da comunicação da marca.

Para o ano há mais.

Qual é o peso dos clubes portugueses na Selecção Nacional?

O Sporting tem sido o mais representado na equipa das Quinas, seguido de Real Madrid e FC Porto; Sp. Braga com maior presença que o Benfica; outros emblemas da Liga limitados a quota de 1,6 por cento.
Fernando Santos apresentou um dos últimos leques de escolhas na reta final da preparação para o Campeonato da Europa de 2016. O Selecionador Nacional vai compondo o derradeiro grupo para a prova em França e sobram pouco tempo e espaço para surpresas.
 
Analisando esta lista de convocados da Seleção, percebe-se que os clubes estrangeiros continuam em óbvia maioria (16 representados contra 8 da Liga). Essa tem sido uma evidência ao longo dos últimos anos e não pode ser dissociada da realidade do nosso futebol: os grandes importam cada vez mais e os nossos talentos emigram cada vez mais cedo.
Recuamos até Agosto de 2010, na ressaca da participação de Portugal no Campeonato do Mundo da África do Sul. Iniciava-se nessa altura a qualificação para o Europeu, com Carlos Queiroz perto da saída e Agostinho Oliveira a segurar o barco. Paulo Bento chegaria no mês seguinte.
 
Em cinco anos e meio e mais de trinta convocatórias (iniciais, antes de mudanças pontuais) há sinais claros e conclusões a tirar. Percebe-se por exemplo que a influência dos clubes portugueses na Seleção Nacional não vai além dos 37,2 por cento contra os 62,8 por cento de emblemas de outros países. Aliás, Real Madrid e Zenit surgem entre os clubes com maior presença na equipa das Quinas.
Para esta análise foi contabilizada cada presença de um jogador na Seleção. Ou seja, se Cristiano Ronaldo foi convocado em mais de vinte ocasiões, tem naturalmente maior peso que Marafona, por exemplo, chamado por uma vez.
 
Portanto, compilámos dados de total de 32 convocatórias e 702 escolhas do Selecionador Nacional – Agostinho Oliveira no período de castigo de Carlos Queiroz, Paulo Bento e agora Fernando Santos.
 
Nos últimos anos o Sporting reforçou a sua posição no leque de opções (83 presenças), sobretudo com Fernando Santos, ultrapassando Real Madrid (79) e FC Porto (68). Os dragões estiveram em primeiro até 2014, sempre com os merengues por perto, graças a jogadores indiscutíveis como Cristiano Ronaldo e Pepe, para além de Fábio Coentrão e Ricardo Carvalho, entretanto transferidos para o AS Mónaco.
O Sp. Braga é encarado como um clube de nível alto para colocar jogadores na Seleção e ocupa a quarta posição na tabela, com um número interessante (59). Segue-se o Zenit S. Petersburgo (47) e só depois o Benfica (40), menor presente que os outros três clubes portugueses.
 
Nota ainda para os restantes emblemas neste «top ten», que se associam a ciclos de apostas em jogadores lusos. O Valência (37) tem sido pródigo nesse aspeto , o Besiktas (25) já o foi e tem deixado de o ser, o Fenerbahçe (24) tornou-se um fenómeno recente e o AS Monaco (21) surge na mesma linha.
 
Top Ten de presenças nas convocatórias da Seleção:
 
1. Sporting, 83 presenças
 
2. Real Madrid, 79
 
3. FC Porto, 68
 
4. Sp. Braga, 59
 
5. Zenit, 47
 
6. Benfica, 40
 
7. Valência, 37
 
8. Besiktas, 25
 
9. Fenerbahçe, 24
 
10. AS Mónaco, 21
São dezenas de clubes representados mas apenas de 13 países. 12 deles da Europa. Para além de Portugal, naturalmente, a Seleção encontrou nomes em Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, França – o chamado Big Five – mas igualmente em campeonatos de outra expressão como Rússia, Turquia, Grécia, Croácia, Roménia e Ucrânia. Recentemente, abriu-se outra porta: para o Championship, segundo escalão do futebol inglês.
 
Em cinco anos e meio, houve apenas um jogador a ser chamado quando representava um clube-não europeu. Sabe quem foi? Ricardo Costa. No arranque para a fase de qualificação para o Europeu de 2016, Paulo Bento manteve a confiança no defesa polivalente, que estava nessa altura vinculado ao Al-Sailiya do Qatar.
[valores percentuais]
 
Que espaço sobra para os outros clubes portugueses?
 
Outro aspeto interessante nestes dados recolhidos: é a importância residual de outros clubes portugueses (para além de Sporting, FC Porto, Benfica e Sp. Braga) no leque de escolhas da Seleção Nacional.
 
Tendo em conta a totalidade de opções dos diversos selecionadores após o Mundial 2010, observa-se que a representação de emblemas distintos da Liga se limita a 1,6 por cento do bolo. Ou seja, apenas 11 chamadas em 702, ao longo de 32 listas de convocados.
 
Curiosamente, foi Fernando Santos a contribuir em larga escala para a melhoria desse parâmetro na sequência de uma convocatória especial para um particular com Cabo Verde, já em Março de 2015.
 
O atual selecionador apresentou uma lista com onze nomes exclusivamente da Liga para defrontar a seleção africana. Dessa forma, abriu-se espaço para representantes de clubes como Rio Ave (Tiago Pinto e Ukra), Vitória de Guimarães (André André), Marítimo (Danilo Pereira), Nacional (Lucas João) e Moreirense (Marafona). O Belenenses também reforçou o seu peso, com Rui Fonte.
 
Esse duelo particular alterou um cenário globalmente pobre. Para além dos jogadores chamados para defrontar Cabo Verde, houve apenas um a chegar à Seleção Nacional, entre setembro de 2010 e março de 2016, sem vestir nessa altura a camisola de um dos quatro principais clubes.
 
Ventura, então com 23 anos, foi convocado por Paulo Bento em 2011 quando representava o Portimonense por empréstimo do FC Porto. O guarda-redes voltou à equipa das Quinas quatro anos mais tarde, já como jogador do Belenenses e pela mão de Fernando Santos. A exceção à regra.
 
Quando o foco da análise são apenas os clubes portugueses, a fatia reservada a Sporting, FC Porto, Benfica e Sp. Braga ascende aos 95,8 por cento. Os restantes 4,2 por cento ficam para outros que não os quatro tradicionais.
[valores percentuais]

As perdas e ganhos numa corrida que volta a ser a três

Mais equilibrado na frente, com mais golos marcados e com mais 91 mil espectadores nas bancadas do que há um ano por esta altura. É com estes sinais animadores que o campeonato português entra em 2016, após uma 15ª jornada a ditar nova troca de líder, com o Sporting a recuperar o comando a solo que ocupava desde a 8ª ronda e tinha perdido na viragem de 2015. Mas, dado que a diferença entre o primeiro e terceiro está fixada, nesta altura, em quatro pontos (e eram nove há um ano) volta a ser legítimo falar-se em corrida a três, depois de o Benfica ter chegado a dar a impressão de ter a ficha desligada. 
 
No jogo das comparações, estimulado pelas declarações de Jorge Jesus em defesa de Lopetegui (e não só…) é fácil detetar tendências: um Sporting muito melhor do que há um ano, um FC Porto com melhoria ligeira (e insuficiente) e um Benfica claramente abaixo (mas, ainda assim, não tanto como Jesus deixou a entender). 
 
Classificação à 15ª jornada 
(entre parêntesis a comparação com a 15ª jornada do ano passado) 
 
Sporting, 38 (+8) 
FC Porto, 36 (+2) 
Benfica, 34 (-6) 
 
Todas as estatísticas da Liga: 
 
Com mais oito pontos, e no comando isolado, quando há um ano era quarto a dez pontos do líder, o leão sai a ganhar em quase todas as frentes. Só perde nos golos marcados (menos três do que há um ano), mas até isso compensa no saldo global, com a melhor defesa da Liga e menos cinco sofridos. Se a comparação for feita adversário a adversário (equiparando os recém-promovidos às equipas que desceram no ano passado) o lucro leonino cifra-se em cinco pontos. O balanço é suficientemente impressionante para relegar para segundo plano o facto de dois objetivos da época  (a ida à Champions e a Taça de Portugal) já terem ficado pelo caminho. 
 
Quanto ao FC Porto, tanto Jesus como Lopetegui recordaram que, no essencial, o dragão está um pouco melhor do que há um ano, soma mais dois pontos e, principalmente, está mais perto da frente, a apenas dois pontos, contra seis na 15ª jornada de 2015. A comparação, porém, é feita com um ano sem qualquer troféu conquistado. E os sinais de instabilidade, a eliminação na Champions e o desaire na Taça da Liga, tal como um registo pior nos golos marcados e sofridos, desvalorizam ainda mais esse dado, como se viu pela reação dos adeptos após a primeira derrota no campeonato. Tal como com o Sporting, se a comparação de resultados for feita adversário a adversário, o FC Porto diminui o lucro, soma mais um ponto do que nos mesmos jogos da época passada. 
 
Quanto ao Benfica, a quebra é clara, embora nunca tenha chegado aos «oito ou nove pontos» insinuados por Jorge Jesus depois do clássico de sábado. Na comparação com a época passada, o atraso dos homens de Rui Vitória cifra-se em seis pontos, e já vem, sem alterações, desde a sétima jornada. Se a comparação for feita adversário a adversário, o défice é de quatro pontos. E é aqui que a situação fica pior para os encarnados, já que esses pontos são perdidos nos confrontos diretos com os rivais: derrota no Dragão, onde tinha vencido há um ano, e derrota em casa diante do Sporting, com quem tinha empatado. Se a isto juntarmos exibições pouco convincentes e mais dois desaires com os leões, na Supertaça e na Taça, é fácil perceber por que razão o atraso encarnado parece maior do que é.