Se houvesse um prémio para distinguir o clube mais icónico e ilustre, no mundo do futebol, o Fußball-Club St. Pauli von 1910 e.V. seria um forte candidato a levar o título de grande vencedor nessa categoria. Geralmente conhecido apenas por FC St. Pauli, é um clube alemão sediado na cidade de Hamburgo e tido como uma das maiores subculturas da Europa. Além do departamento de futebol, o clube possui uma vasta gama de desportos que vão desde o rugby, ao futebol americano, basebol, bowling, boxe, xadrez, ciclismo, andebol, softball e ténis de mesa. Actualmente o clube disputa a Bundesliga 2, correspondente ao segundo escalão do futebol alemão, sendo que a última vez que disputou a Bundesliga foi em 2010/2011, tendo sido despromovido nessa mesma época.

As origens do clube remontam a 1899, quando informalmente e de forma casual, se juntava um grupo de amigos para elaborar jogos de futebol ou para se reunirem nas sedes que o clube ainda por formar já tinha. Contrariamente aos outros clubes todos, o St. Pauli já era um clube antes de ser oficialmente fundado. Essa oficialização ocorreu a 15 de Maio de 1910, ainda que só em 1924 o St. Pauli tenha obtido a sua designação actual. Aquando da reorganização do futebol alemão, sob o domínio de Adolf Hitler, o St. Pauli ficou integrado na «Gauliga Nordmark», uma das 16 principais divisões do futebol to terceiro Reich, que era dividido por regiões. No ano de estreia desse novo modelo, 1934, o St. Pauli foi despromovido, mas um ano depois estava de volta. Voltou a descer em 1940, tendo subido novamente em 1942. Disputou a principal divisão do futebol alemão de então até ao final da 2ª Guerra Mundial, em 1945, que decretou enormes consequências para a Alemanha e, por arrastamento, para o futebol alemão.
Com nova reformulação do futebol alemão, de 16 campeonatos principais passaram para 6. O St. Pauli ficou no campeonato das equipas do norte do país. Nessa altura, os dois melhores clubes de cada campeonato regional disputavam uma fase final, para definir qual a melhor equipa do país todo. O St. Pauli, em 1948, após ter ficado em segundo lugar, fez a sua primeira aparição na fase final. Nessa época, cairiam nas meias-finais diante do poderoso FC Nurnberg, que se sagraria campeão. Neste campeonato regional nortenho, o St. Pauli começou a desenvolver uma feroz rivalidade com o outro clube da cidade, o Hamburger SV. Contudo, outros clubes se começaram a superiorizar ao St. Pauli como o Werder Bremen e o Osnabruck, deixando sistematicamente o St. Pauli no quarto lugar do campeonato regional do Norte.
Em 1963 a Alemanha assiste ao nascimento de uma das melhores coisas que aconteceriam ao seu futebol: a Bundesliga. Este campeonato reunia as melhores equipas da Alemanha Ocidental (nessa altura ainda existia a divisão do país, fruto do pós-guerra), terminando assim de vez com os campeonatos regionais, que apenas se manteriam nos escalões inferiores. Do Norte, a Bundesliga acolheu na sua primeira edição o Hamburgo, o Werder Bremen e o Eintracht Braunschweig, por terem sido os três primeiros classificados da Oberliga Nord de 1962. O St. Pauli começaria por disputar o campeonato regional do norte.
Talvez afectado por ver os seus rivais na novíssima competição que unia o país, o St. Pauli viveu uma década de grande frustração. Apesar de se ter sagrado campeão regional em 1964, 1966, 1972 e 1973 e de ter sido segundo classificado em 1971 e 1974, o clube cairia sempre no play-off disputado com os outros dois primeiros classificados de cada campeonato regional. O máximo que conseguiu foi em 1966, quando atingiu as meias-finais e foi derrotado pelo Rot-Weiss Essen.
Com a Bundesliga a granjear grande sucesso, o futebol na Alemanha Ocidental começou a crescer e a profissionalizar-se. Com isso nasceu a Bundesliga 2, que acabaria com os campeonatos regionais como segundo escalão do futebol alemão. O St. Pauli esteve presente na primeira edição deste novíssimo campeonato, em 1974. Após 14 anos de espera, em 1977, o St. Pauli consegue a promoção à Bundesliga. No entanto, apenas por lá andou uma época e voltou à Bundesliga 2, mas também por pouco tempo. Mergulhado numa crise económica sem precedentes, em 1979, o clube entra em bancarrota e é impedido de participar nas competições profissionais. O St. Pauli sagrou-se campeão distrital em 1981 e 1983, mas como ainda não possuía uma saúde financeira capaz de obter uma licença, permaneceu no terceiro escalão, de onde apenas saiu em 1984. À terceira tentativa, o St. Pauli conseguiu obter a licença para competir na Bundesliga 2. Curiosamente, nesse ano o clube não se sagrou campeão. Ficou dois pontos atrás da equipa amadora do Werder Bremen, que como era ilegível para disputar a Bundesliga 2 (à imagem do que sucede hoje em dia) cedeu o seu lugar ao St. Pauli.

Na época de 2005-2006, apesar de estar na Regionalliga Nord, o terceiro escalão, o St. Pauli teve um desempenho fantástico na Taça da Alemanha. Depois de eliminar o modesto Burghausen na Primeira Eliminatória e o Bochum, da Bundesliga 2, na Segunda Eliminatória, o St. Pauli agigantou-se perante o Herta Berlin e o Werder Bremen, clubes da Bundesliga e chegou às meias-finais da competição. Só aí pereceria perante o Bayern Munchen. Este desempenho permitiu ao St. Pauli encaixar perto de um milhão de euros em transmissões televisivas e em contratos publicitários que salvaram o clube da ruína financeira que voltara a ameaçar a existência do St. Pauli. Em 2007 o clube voltava à Bundesliga 2, sendo que voltaria ao principal escalão em 2010. Nessa época, tal como em 2001, o St. Pauli terminou no último lugar mas conseguiu um facto histórico e que muito alegrou os seus adeptos: pela primeira vez desde 1977, o clube derrotou o Hamburger SV, o seu grande rival, em casa, por 1-0. Apesar da tristeza causada por nova despromoção, esta vitória foi tremendamente festejada.
Com uma trajectória cheia de altos e baixos mas com mais baixos que altos, não seria estranho se o St. Pauli tivesse uma pequena falange de apoio, fiel e da região. Mas não é bem assim. Estima-se que só na Alemanha existam 11 milhões de simpatizantes do St. Pauli. A explicação deve-se a fenómenos extra-desportivos e que ultrapassam as fronteiras do futebol.
Foi em meados da década de 80 que o St. Pauli começou a ser um clube de culto. Um dos principais motivos foi o facto do clube mudar a localização do seu estádio e da sua sede para perto das docas da cidade de Hamburgo, nomeadamente para uma zona chamada Reeperbahn, famosa pela sua vida social e nocturna agitada, assim como um «red light district» à imagem do existente em Amesterdão. O St. Pauli, tradicionalmente, vivia na sombra do rival da cidade, o Hamburger SV. Mas a partir desta década, os sindicalistas, os anarquistas, os estudantes, os punks e até mesmo as prostitutas começaram a assistir aos jogos caseiros do clube e a formar uma moldura humana respeitável, promovendo um ambiente festivo e barulhento nos jogos do St. Pauli, em casa ou fora.
À medida que estes adeptos se foram organizando, adoptaram a caveira como o seu emblema não oficial. A utilização do símbolo da caveira não é apenas uma fixação e um capricho do St. Pauli. A cidade de Hamburgo está associada a uma grande concentração de barcos piratas ao longo da Idade Média. Esse símbolo também é fortemente conotado com bandas Punk, sendo que os adeptos do St. Pauli começaram também a ser associados com o movimento Punk na Alemanha. O St. Pauli é mesmo conhecido como «Os Piratas» e muito do merchandising do clube utiliza esse símbolo, apesar de não ser o símbolo do clube. Um dos slogans do clube é também o «não fundado desde 1910», visto o clube existir antes de ser fundado.
O clube começou a crescer em apoio popular e enquanto o resto da Europa mergulhava numa espiral de racismo e violência, o St. Pauli lançou várias campanhas anti-racismo e anti-homofobia, sendo o pioneiro desse tipo de actos. Os adeptos do St. Pauli foram os primeiros na Europa a lutarem por um futebol sem intromissões políticas e religiosas, começando a ser associados a ideais políticos de esquerda e a participarem activamente em manifestações.
O St. Pauli foi também o primeiro clube em toda a Alemanha a banir quaisquer actividades ou símbolos nacionalistas e de extrema-direita, sendo um dos princípios do clube. Esta tomada de decisão do clube surgiu em contra-ciclo com o que acontecia no futebol europeu e alemão, em que os grupos organizados que eram fundados, quer os Ultras, quer os Hooligans, se aproximavam mais dos ideais de direita. Certo é que foi uma atitude que teve uma tremenda aceitação: enquanto no início da década de 80 os jogos do St. Pauli tinham uma assistência média de 1500 espectadores, no início da década de 90, difícil era encontrar um jogo em casa do clube que não tivesse a lotação de 20 000 lugares totalmente esgotada.

Apesar da grande adesão popular, desportivamente o clube não entusiasmava. Entre 1984 e 1997, o St. Pauli apenas esteve na Bundesliga por 5 ocasiões, tendo passado maior parte do tempo na Bundesliga 2. Na época de 2001/2002, a penúltima em que o clube esteve na principal divisão do futebol alemão, o St. Pauli bateu o super-poderoso Bayern Munchen, campeão europeu e mundial de clubes. Para aproveitar o momento, o St. Pauli desenhou toda uma linha de material com a inscrição Weltpokalsiegerbesieger (traduzido ficaria algo como «Vencemos o Campeão do Mundo»). Porém, esta vitória, como as outras, apenas valeu 3 pontos ao St. Pauli e o clube não seria mais que último classificado, sendo novamente despromovido. Apesar do sucesso que granjeava junto dos seus adeptos, administrativamente o St. Pauli nunca foi um grande exemplo: após a ameaça de bancarrota da década de 80, a subida à Bundesliga em 2001, fez com que o clube depauperasse os seus cofres entretanto recheados com os contratos de publicidade e de transmissões televisivas que a Bundesliga proporcionava.
A descida, um ano após ter conseguido a subida, fez com que o clube mergulhasse num caos financeiro e administrativo, situação que ficou ainda pior com a descida ao terceiro escalão no ano seguinte. Em 2003, e mergulhado na Regionalliga Nord, o clube lança uma campanha denominada de Retteraktion. Esta consistiu no desenho de t-shirts e sweaters com a palavra Retter (salvador). Como sempre, a adesão foi enorme e estima-se que nas primeiras seis semanas o clube tenha conseguido vender cerca de 140 mil exemplares para todo o Mundo. Um jogo amigável com o Bayern Munchen também ajudou a recolher fundos fundamentais para o clube, mostrando como os bávaros não levaram a mal a campanha que o St. Pauli criara 2 anos antes. Tendo sido altamente beneficiado por estas campanhas, o clube decidiu retribuir, iniciando campanhas para distribuir água pura no Ruanda e para recolher dinheiro que permitisse a instalação de água canalizada em áreas mais pobres de Cuba.
Em termos de adeptos, o St. Pauli também se orgulha de ser o clube com mais mulheres sócias e no estádio de todo o futebol alemão. Por exemplo, em 2002, um anúncio de uma revista masculina foi removido do estádio pelo facto de ter gerado vários protestos de que expunha uma visão sexista e rebaixadora do papel da mulher. O St. Pauli é um clube conhecido mundialmente pelo seu símbolo e pela sua relação estreita com a música punk e como sendo uma das maiores subculturas do mundo ocidental. Os seus símbolos (quer o oficial, quer o não oficial) e as suas camisolas são sistematicamente envergadas por vários artistas musicais ou por diversas personalidades, que mostram simpatia pelos ideais perpetrados pelo clube e pelos seus adeptos. Uma curiosidade em torno do St. Pauli é que foi o anfitrião da FIFI Wild Cup, em 2006. Essa competição não oficial agrega equipas não reconhecidas internacionalmente e que ainda lutam pela sua soberania. O St. Pauli acolheu a competição e participou com o nome de «República de St. Pauli», juntamente com o Tibete, Zanzibar e Greenland.
Por tudo isto não é surpreendente que o St. Pauli seja o clube da Bundesliga 2 com maior média de assistência e maior taxa de ocupação do estádio nos seus jogos em casa, superando largamente a maior parte das outras equipas do mesmo escalão. Em termos de apoio popular na Bundesliga 2, o grande rival do St. Pauli é o Dynamo Dresden, no entanto o St. Pauli tem um maior número de lugares anuais vendidos e estima-se que tenha cerca de 11 milhões de adeptos em toda a Alemanha, mesmo que o seu sucesso desportivo esteja longe dos gigantes do país. Basta dizer que o número de clubes oficiais, casas e núcleos do clube superava os 500 em 2011, quando em 2008 existiam «apenas» 206.

O St. Pauli tem uma constituição própria, desenvolvida autonomamente e que dita a forma como o clube é gerido. Esses princípios giram à volta do facto do clube ser uma entidade de responsabilidade social, que trabalha para a sociedade e não necessariamente apenas para o desporto; afirma a valorização da identidade da região em que está inserido, respeitando a diversidade étnica, social e sexual, promovendo a tolerância e o respeito mútuo. Tal como diz esta constituição, o St. Pauli deve ser um clube mais conhecido pelos seus símbolos, pelos seus ideais e pela sua acção social que por qualquer desempenho ou sucesso desportivo. Para se perceber bem a dimensão social do St. Pauli, basta dizer que o clube, a disputar a Bundesliga 2, consegue, por ano, venda cerca de 8 milhões de euros em merchandising oficial do clube, para todos os pontos do planeta.
Um clube tão convicto nos seus ideais e princípios gera muita animosidade mas também muitas simpatias e amizades. Os seus adeptos, nomeadamente os seus ultras, têm uma forte amizade com os adeptos do Celtic de Glasgow. O St. Pauli conta com um grande apoio popular, granjeando simpatizantes em todo o Mundo pela propagação de ideais que até já colocou na constituição oficial do clube como os de anti-racismo, anti-homofobia, anti-sexismo e, essencialmente, o anti-fascismo. Estes ideais extremos fazem com que, muitas vezes, antes e depois dos jogos do St. Pauli com outras equipas com grupos ligados à extrema-direita, existam confrontos violentíssimos, principalmente nos jogos que o St. Pauli joga fora de casa. Apesar disto, os Ultrá Sankt Pauli desenvolveram relações de amizade com os grupos do Ternana (Itália), Hapoel Tel Aviv (Israel), Bohemians 1905 (República Checa) e Bristol Rovers (Inglaterra), que também utilizam o mesmo símbolo pirata. A maior amizade em terras alemãs foi desenvolvida com um dos grupos que apoia e segue o Bayern Munchen, os Schickeria München, que muitas vezes acompanham os ultras do St. Pauli nas deslocações mais perigosas e difíceis.
A amizade do St. Pauli com o Celtic de Glasgow é uma das mais intensas do futebol europeu. Originária da década de 90, ainda se mantém nos dias de hoje. Todos os anos, os dois grupos de adeptos reúnem-se em Hamburgo, onde é organizado um jantar e uma festa para o convívio de alemães e escoceses. Nestas reuniões não se discutem princípios políticos, religiosos ou étnicos mas apenas se convive. Em Novembro de 2009, o Celtic deslocou-se a Hamburgo para jogar contra o rival do St. Pauli, o Hamburger SV, num jogo da Liga Europa. Na Alemanha, no seu sector, contou com um forte contingente de apoio ao Celtic de um grupo de adeptos do St. Pauli. A atmosfera criada durante o jogo foi a de um derby local entre o Hamburger e o St. Pauli, mas num jogo de cariz europeu, diante do Celtic. A amizade foi de tal forma cimentada nessa noite que vários adeptos do Celtic permaneceram em Hamburgo e, três dias depois, assistiram ao encontro do St. Pauli contra o Fortuna Dusseldorf. Posteriormente, em 2010, o Celtic e o St. Pauli agendaram um encontro amigável entre os dois clubes. Horas antes desse jogo, haveria também um jogo entre a claque do Celtic e a claque do St. Pauli, mas nenhum dos dois jogos se realizou devido ao cancelamento de voos em massa pela erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull.

MILLERNTOR STADION
O que aproximou o St. Pauli do Celtic foi o facto de ao contrário do Celtic, o clube mais titulado da Escócia e que também já conquistou provas europeias, o St. Pauli não ter grandes sucessos futebolísticos mas, mesmo assim, possuir das massas adeptas mais fiéis e entusiasmantes do mundo do futebol. Apesar dessa diferença, ambos os grupos de adeptos mostram mais orgulho nos princípios e ideais dos seus clubes que no seu sucesso desportivo, apoiando incessantemente os seus jogadores e pedindo-lhes atitude e garra e não vitórias inquestionáveis. Uma derrota em que os seus jogadores deixassem a pele em campo granjearia mais aplausos dos adeptos que uma vitória fácil e expressiva, em que o mínimo esforço fosse despendido. Esta atitude aproximou o Celtic e o St. Pauli. Outro princípio que aproximou os clubes e os seus adeptos foi o facto de ambos sofrerem ataques a qualquer lado onde viajassem pelos ideais e princípios que defendiam. Não é notícia que os jogos do St. Pauli fora acabem com confrontos e emboscadas dos grupos adversários, o mesmo sucedendo com o Celtic, principalmente quando joga no estrangeiro.
Por tudo isto, o St. Pauli é um clube único no Mundo. Para se perceber bem o clube vamos terminar esta reflexão com mais uma curiosidade: o futebol alemão é um dos poucos no Mundo que dá poder aos seus associados através da lei «50+1». Esta decreta que apenas um máximo de 49% do clube pode estar nas mãos de privados e investidores estrangeiros, sendo que os sócios têm um mínimo de 51% do clube, de modo a que os clubes nunca percam a sua dimensão popular. Em 2009, o St. Pauli assinou um decreto em que, contrariamente ao que estava a ocorrer em massa na Bundesliga, nunca mudaria o nome do seu estádio por motivos comerciais. Apesar das enormes perdas económicas decorrentes dessa tomada de posição, ao St. Pauli interessou mais manter a sua identidade e o nome do seu estádio. Curioso foi o facto desta tomada de decisão ocorrer poucos dias depois do grande rival da cidade ter vendido os «naming rights» do seu estádio. Muitos dirigentes do St. Pauli criticam a política do rival Hamburgo, que é considerado como «uma loja para os tubarões europeus, que todos os anos perde a sua identidade». O St. Pauli tem um projecto desportivo que passa por investir em jovens alemães, que se identifiquem com o clube e os seus adeptos, para que os adeptos também se identifiquem com a equipa que apoiam.

Esta é a filosofia do St. Pauli. Muitos manifestar-se-ão a favor, outros dirão que à custa dela o clube passa maior parte do tempo na Bundesliga 2 e termina sempre nos lugares de despromoção de cada vez que disputa a Bundesliga. Outros admirarão o St. Pauli mas preferem que o seu clube continue a atingir o sucesso desportivo em vez do sucesso nos princípios e na identidade. Numa altura em que parece que o futebol se transformou numa indústria de milhões, em que os resultados estão acima das pessoas e de quaisquer valores, o St. Pauli é um exemplo. Um exemplo talvez um pouco radical e extremo, mas um exemplo de como as raízes, os princípios e as origens ainda são algo pelo qual vale a pena lutar e manter.