Lista de vencedores:
Lista de vencedores:
Um dérbi entre Sporting e Benfica é sempre motivo de grande interesse no panorama do futebol português, mas quando o jogo é a eliminar ganha um sabor especial. Aconteça o que acontecer no sábado, uma coisa é certa: apenas um dos grandes de Lisboa vai continuar na corrida ao título da 'prova rainha'.
O antigo avançado morreu a 28 de novembro de 1978 e teve direito a uma placa em Alvalade a 10 de março de 2006, dia em que, se fosse vivo, comemoraria o seu 88º aniversário.
A propósito dos 110 anos do Sporting, 110 personalidades dos vários quadrantes da sociedade escreveram textos de opinião sobre o seu "sportinguismo" para o livro "E o Sporting é o nosso grande amor" que será lançado ainda este mês de Novembro.
Cam1sola Do2e passa em revista o processo e desmonta os principais factos desta 'novela', cujo próximo capítulo está agendado para Junho de 2016.
Os principais factos do processo:
- Benfica e Jorge Jesus não chegaram a um acordo na tentativa de conciliação realizada esta terça-feira, no tribunal do Barreiro, que visava evitar um julgamento.
- O processo vai mesmo a julgamento e deverá começar no mês de junho de 2016, ou seja, um ano depois dos acontecimentos que marcaram a sua saída para o Sporting.
- O advogado Rogério Alves, ex-bastonário da Ordem dos Advogados e antigo Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, será o representante de Jorge Jesus neste processo, enquanto o Benfica estará representado pelo advogado João Correia.
- O Benfica exige 14 milhões de euros de indemnização ao seu antigo treinador por incumprimento de contrato, contactos mantidos com um funcionário do Sporting ainda durante a vigência do anterior vínculo e apropriação de 'software' confidencial do clube.
- Jorge Jesus esteve no Benfica durante seis temporadas, nas quais conquistou 10 títulos: três Ligas, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e cinco Taças da Liga.
- O treinador de 61 anos terminava contrato com o Benfica a 30 de junho de 2015, mas o seu acordo com o Sporting foi anunciado na imprensa logo nos primeiros dias desse mês. A 12 dias do fim do vínculo, Jorge Jesus visitou durante largas horas a Academia leonina de Alcochete, o que terá sido considerado pelo Benfica como uma visita de trabalho já ao serviço do Sporting apesar de ainda estar sob contrato com os encarnados.
- O Benfica acusa Jorge Jesus de ter rescindido unilateralmente “e sem justa causa” o seu contrato no início de junho, situação pela qual teria de pagar uma indemnização de 7,5 milhões de euros ao clube da Luz. Além disto, acusa o técnico de ter assinado um novo contrato com o Sporting a 5 de Junho, portanto, ainda dentro do vínculo com o Benfica.
- No dia 5 de Junho, Bruno de Carvalho deu uma conferência de imprensa a anunciar formalmente a contratação de Jorge Jesus, que viria a ser oficialmente apresentado em Alvalade no dia 1 de julho, ou seja, um dia depois do fim formal do contrato com o Benfica.
- O site Football Leaks revelou o pedido de esclarecimento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ao Sporting e a resposta dos leões, onde se revela através do administrador leonino Carlos Vieira que os contactos com Jorge Jesus se iniciaram “terça-feira, dia 2 de junho, com uma reunião à hora do jantar”, na “presença de Jorge Jesus, do seu advogado Luís Miguel Henrique e de Bruno de Carvalho”. “Na quarta-feira, dia 3, foi assinado um princípio de acordo”, refere a nota, onde se esclarece ainda que nesse documento foi estipulada “a duração do contrato e o valor da remuneração fixa”.
O que tem o percurso de Rui Vitória como treinador em comum com os de Bobby Robson, António Oliveira, Carlos Carvalhal, Carlos Queiroz, Fernando Santos, Augusto Inácio, Marco Silva, Jesualdo Ferreira, Toni ou Jorge Jesus, entre muitos outros? Bem, a partir do último domingo, o técnico do Benfica passou a integrar o grupo dos que já sofreram derrotas pesadas em clássicos, por três golos de diferença, ou mais. Definindo por clássico todas as combinações de jogos entre Benfica, Sporting e FC Porto, fomos olhar ao que aconteceu nas últimas 30 épocas. O objectivo: tentar perceber alguma coisa do impacto que um resultado tão negativo tem sobre as carreiras da equipa e do treinador que o sofrem.
As contas são estas: além do dérbi do passado domingo, houve mais 25 clássicos, de 1986 para cá, que terminaram com três golos de diferença ou mais. Desses, 16 foram para a Liga e nove para provas a eliminar – Taça, Taça da Liga e Supertaça, com três cada.
Só que ao primeiro contratempo o Benfica abanou por todos os lados. Tenha sido o «efeito Jesus», as memórias da Supertaça ou as polémicas que antecederam o jogo – ou tudo isto junto-, a verdade é que o Benfica jogou os restantes 83 minutos (com descontos) com as pernas bambas.
Essa dificuldade para controlar a profundidade e a largura no último reduto fica visível também no segundo golo. Sílvio aparece em «terra de ninguém», tendo em conta que Guedes está junto de Jefferson, o autor do cruzamento, e o espaço entre Jardel e Luisão abre a oportunidade para o cabeceamento eficaz de Slimani.
O Sporting foi sagaz a aproveitar a fragilidade defensiva do Benfica e poucas vezes se sentiu desconfortável do ponto de vista defensivo. O apoio de João Mário e Ruiz a William e Adrien criou superioridade leonina na zona central. Jesus deu o(s) flanco(s), mas de forma intencional. Impediu que o Benfica criasse desequilíbrios pelo meio (como era apanágio no seu tempo), e deu liberdade aos laterais encarnados sabendo que estava a arriscar pouco. Sílvio e Eliseu deram razão ao ex-treinador, ao não aproveitarem as inúmeras ocasiões em que tiveram o corredor aberto.
O Benfica insistiu no jogo exterior, facilmente controlado pelo rival (muito bem Naldo no jogo aéreo), e quando não o fez acumulou perdas de bola. Foi assim que surgiu o terceiro golo, com André Almeida (mais uma vez mal na construção) a apostar num passe verticalizado para Gonçalo Guedes – de costas e com o marcador direto encostado – quando tinha duas alternativas mais válidas: um passe lateralizado para Sílvio, que tinha o corredor aberto, ou a tentativa de um passe de rutura para Jonas, que procurava explorar um buraco na defesa leonina.
Jesus até pode ter um calcanhar de Aquiles para tratar no Sporting, mas as pernas bambas do Benfica de Rui Vitória são sintoma de problemas estruturais bem mais difíceis de resolver.